Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia finalmente chegaram a um acordo comercial na sexta-feira, 6, impulsionado por mudanças no cenário geopolítico que aproximaram os dois blocos. A iminente volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, marcada para 20 de janeiro, foi um fator decisivo, segundo analistas, para acelerar o processo. As promessas de Trump incluem a aplicação de tarifas mais altas sobre importações de diversas origens, não apenas da China, mas também de outros parceiros comerciais. Entre as medidas anunciadas
Além disso, Trump indicou secretários alinhados às suas políticas, sinalizando que seus interesses protecionistas serão levados a sério, pelo menos nos dois primeiros anos de governo. Para o Brasil e a União Europeia, que têm nos EUA um dos seus principais mercados de exportação e fonte de investimentos, o cenário de maior isolamento americano foi um incentivo para agilizar a conclusão do acordo
Segundo um diplomata, se Kamala Harris tivesse vencido as eleições presidenciais, os europeus adotariam uma postura mais rígida nas negociações, exigindo maiores seguranças ambientais e revisões
Para a Europa, a aliança com o Mercosul ganhou relevância estratégica, tanto para competir com a crescente presença chinesa quanto para acessar recursos essenciais para a transição energética, como lítio e grafite. Do lado sul-americano, as mudanças políticas também facilitaram o acordo. No Brasil, o governo Lula priorizou metas ambientais, enquanto na Argentina, o governo de Javier Milei cerrou a oposição ao acordo herdado de administrações anteriores. Embora Milei esteja alinhado a Trump, sua prioridade com os EUA é a renegociação da dívida com o FMI, e não qu
Esse contexto geopolítico e econômico criou uma janela de oportunidade para que os dois blocos finalmente consolidassem a parceria. (Fonte: Investing.com)