Os negociadores do governo do Brasil estão confiantes na possibilidade de assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia até o fim de 2025. O Estadão/Broadcast destacou essa expectativa em dados divulgados. No entanto, é crucial enfatizar que, antes da assinatura oficial, duas fases essenciais serão essenciais para o progresso do processo: a revisão jurídica e a tradução dos textos do acordo.
A revisão legal, que já está em andamento, desempenha um papel vital. Essa fase não apenas assegura a consistência jurídica dos documentos, mas também promove a harmonização dos textos e a correção linguística e estrutural. Assim que essa etapa for finalizada, os documentos do acordo serão traduzidos do inglês para as 23 línguas oficiais da União Europeia. Além disso, o português e o espanhol, que são os idiomas oficiais do Mercosul, também estarão incluídos nesse processo de tradução. Somente após a conclusão desse trabalho cuidadoso, o acordo poderá ser aprovado e enviado para as propostas legislativas, onde passará por uma análise detalhada.
No Brasil, esse processo inclui a avaliação minuciosa do Congresso Nacional, além da ratificação necessária pelos Poderes Executivo e Legislativo. Portanto, a colaboração entre essas instituições é essencial para garantir que o tratado seja aprovado de forma eficaz e célere. A participação ativa de parlamentares e a mobilização de setores da sociedade civil também desempenharão um papel importante nesse processo, pois um acordo desse porte pode impactar diversos segmentos da economia brasileira.
Outro fator que pode influenciar o progresso dessas etapas é a presidência rotativa do Mercosul, que foi recentemente assumida pela Argentina, sob a liderança de Javier Milei. Milei, que é um defensor da flexibilização comercial e apoia o tratado com a União Europeia, expressou suas críticas ao Mercosul como instituição, chegando a classificá-lo como uma “prisão” para o comércio. Essa perspectiva pode impactar as negociações e a dinâmica entre os países membros, especialmente considerando que a Argentina e o Brasil têm interesses comerciais significativos.
É importante destacar que, no segundo semestre de 2025, o Brasil assumirá a presidência rotativa do bloco, o que reforça as expectativas de que o tratado possa ser concluído dentro desse período. Essa mudança na liderança pode trazer novas oportunidades para o Brasil, permitindo uma maior influência nas discussões e negociações que moldarão o futuro do Mercosul.
Além disso, o governo brasileiro anunciou o retorno da cúpula Brasil-União Europeia, um encontro que não acontece desde 2014, quando foi realizado em Bruxelas. A próxima reunião está prevista para ocorrer no Brasil, provavelmente no primeiro semestre de 2025. O objetivo desse encontro será alinhar estratégias e esforços conjuntos para garantir a aprovação final e a ratificação do tratado comercial. No entanto, vale destacar que detalhes específicos, como datas e locais do evento, ainda não foram definidos, o que gera uma expectativa crescente sobre os desdobramentos futuros.
Esse tratado é considerado um marco importante nas relações comerciais entre os países do Mercosul e a União Europeia. A expectativa é que, uma vez assinado, o acordo traga benefícios significativos para ambos os blocos, promovendo o comércio e o investimento, além de facilitar a troca de tecnologias e conhecimentos. O Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, busca diversificar suas relações comerciais, reduzindo a dependência de mercados tradicionais e expandindo sua presença global.
Por outro lado, a União Europeia vê no Mercosul uma oportunidade de fortalecer sua presença na América do Sul, uma região rica em recursos naturais e com um mercado em crescimento. A cooperação entre os dois blocos pode resultar em um aumento das exportações e importações, além de impulsionar setores como agricultura, indústria e serviços.
Em suma, o cenário atual revela um momento de esperança e expectativa para o governo brasileiro e os países do Mercosul, enquanto todos aguardam ansiosamente a concretização desse importante acordo comercial com a União Europeia. A assinatura do tratado não apenas representará um avanço nas relações bilaterais, mas também poderá transformar a dinâmica econômica na região, promovendo um desenvolvimento sustentável e inclusivo.